O que comemorar nos 91 anos da Conquista do Voto Feminino?

 


Nesta sexta, 24 de fevereiro, o Brasil celebra os 91 anos da instituição do voto feminino no País, através do decreto 21.076, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas. Também em 1932 foi instituído o Código Eleitoral e criada a Justiça Eleitoral. Antes disso elas não tinham o direito de votar para escolher seus representantes na política, com apenas uma exceção: Celina Guimarães Vianna. Conforme registros históricos, em 25 de novembro de 1927, o nome dela foi incluído na lista dos eleitores do Rio Grande do Norte, graças à Lei 660/1927, que estabeleceu que, no estado potiguar, não haveria distinção do sexo para exercício do voto. Assim, aos 29 anos, ela se tornou a primeira eleitora brasileira e da América Latina.

— Votar e ser votadas é uma questão de cidadania e que bom que o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a universalizar o voto feminino. Hoje, nós mulheres somos a maioria do eleitorado brasileiro, mas a representação política segue pequena. As portas só nos foram abertas nos parlamentos municipais, estaduais e federais através de leis de cotas e emendas constitucionais. Ainda temos muitas barreiras a remover. Uma delas é que os partidos ainda são território quase que exclusivamente masculino, onde nossa capacidade de liderança e competência precisam ser reconhecidas. Outra barreira é que a mulher brasileira precisa se unir. Com certeza mulheres votando em mulheres têm a força para mudar esta realidade — destaca a empresária, líder comunitária, e ativista social Elizete Blehm de Bittencourt, a Zete Blehm, como é mais conhecida.

Engajada nos movimentos comunitários desde sempre, ela participou de três eleições até hoje, a última em 2022, como candidata a vereadora. Fez 804 votos e ficou como primeira suplente. Nas municipais de 2016, fez 832 votos, mas obteve apenas a terceira suplência. Em 2014, concorreu a deputada estadual e fez 4.445 votos. Em todas as vezes, fez campanha sem pessoal contratado, quase sem nenhum recurso e contando apenas com o apoio voluntário de familiares, amigos e simpatizantes. Ela reforça que atualmente, a Câmara de Gravataí, tem apenas duas mulheres entre os 21 vereadores eleitos, o que dá uma dimensão do tamanho do desafio de ter mais mulheres na política.

— Eu participo de movimentos comunitários e sociais desde a juventude. É minha vocação. Sou atuante em organizações como o Rotary Clube Parque dos Anjos, Liga Feminina de Combate ao Câncer, Projeto Conectando Mulheres e muitos outros grupos de ação social para ajudar pessoas em questões de saúde, habitação, segurança alimentar, empreendedorismo, geração de emprego e renda. Ainda assim, infelizmente, o envolvimento com a política é visto como uma mancha. Sei que outras mulheres enfrentam esse tipo de discriminação e vou seguir lutando para mudar essa cultura na sociedade. Eu acredito que nós mulheres podemos mudar a imagem da política também — defende.


Comentários

  1. Se tivéssemos mais mulheres na vida pública, o cenário seria outro.Cada vez melhor !!!

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  2. Sem dúvida ganhamos muito com o voto feminino. Creio que há o que comemorar, sem deixar de olhar para o futuro e trazer cada vez mais o universo e o cuidado feminino para a vida pública. Ganhamos como sociedade, como humanidade. Parabéns mulheres públicas!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. São mulheres como tu Zete, batalhadora, engajada, e que permanece incansável nesta luta pelos direitos de nós mulheres estarmos em todos os setores, que podemos ter esperança de progresso e evolução e jamais retrocesso. Parabéns as mulheres, que acreditam em outras mulheres e seguem lutando. Viva o voto feminino! Sandra Castro

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