“O Furacão” JJ Thames canta nesta sexta no Teatro do Sesc
Nascida
e criada em Detroit, Michigan (EUA), berço da soul music, a cantora e
compositora JJ Thames é a estrela do show que começa às 20h desta sexta (10/03)
no Teatro do Sesc Vale do Gravataí. No repertório traz uma mistura muito bem
equilibrada de R&B, funk, Motown e soul, com fortes traços vocais de
blues e gospel, temperados ocasionalmente por ritmos de ska e reggae. Uma forte presença de palco combinada com sua
voz magistral, fazem dela uma das grandes divas do cenário soul mundial, digna
do codinome “The Hurricane” (o furacão, em tradução livre), que a define.
A música
dela é uma coleção de histórias que relatam sua trajetória de vida. Em sua
terra natal, Thames mostrou habilidade musical desde a infância. Apoiada pelos
pais, cresceu cantando e estudando música, especificamente piano e técnica
vocal clássica e jazz. Subiu ao palco para a primeira apresentação aos nove
anos. Aos 17, tornou-se uma cantora de blues capaz de incendiar a plateia
em qualquer palco que subisse. Nessa fase, engravidou e teve o primeiro de seus
três filhos. Além disso se mudou com a família para Jackson, no Mississippi,
onde o pai assumiu uma missão religiosa. Lá, estudou Administração e Marketing
no Mississippi College, mas manteve o interesse por sua vocação artística. Em
Jackson, Thames trabalhou no circuito de clubes regionais com estrelas como Marvin
Sease e outros. Em 2004, deu à luz seu segundo filho, que morreu
tragicamente de uma cepa rara de linfoma, poucos dias depois de comemorar os
dois anos de idade. Esse grande golpe emocional fez a bússola apontar para
o norte e ela voltou para Detroit. Cantar foi a única coisa que a tirou de
seu desespero, e ela decidiu seguir seu sonho de ser uma artista e musicista
profissional. Thames conseguiu um show como atração principal no Lola's,
uma boate local, e tocou lá todas as sextas-feiras à noite por um ano e meio,
aprimorando sua presença de palco enquanto construía uma audiência e uma base
de fãs.
Incentivada
com os resultados, em 2008 ela se mudou para a cidade de Nova York, na
esperança de repetir o sucesso. Nova York pode humilhar qualquer um, e ela
acabou cantando no metrô por trocos e gorjetas. Desempenho de rua, no
entanto, também a ensinou como manter uma audiência apenas com sua voz e o
valor da diversidade musical. Ela aprendeu a pegar várias canções de rock
alternativo e torná-las suas, expandindo suas opções no palco. Mas isso
era Nova York, e ela tinha, com o nascimento de seu terceiro filho em 2010,
dois filhos pequenos para cuidar, então a música teve que ficar em segundo
plano novamente.
Thames
trabalhou por um tempo como gerente assistente em um restaurante e começou a
fazer malabarismos com vários empregos, gradualmente voltando a se apresentar
em sua agenda. Em 2012, incapaz de pagar até mesmo o aluguel semanal em um
hotel de estadia prolongada, Thames e seus dois filhos acabaram em um abrigo
para sem-teto por um mês. Enquanto estava lá, Thames escreveu o que se
tornaria sua primeira canção de assinatura, "Tell You What I Know". Sua
vida parecia estar no degrau mais baixo, mas ao longo do caminho ela dividiu
fases com Bobby Blue Band, Peggy Scott Adams, Willie Clayton, Denise LaSalle e
outros, além de cantar backing vocals para ska, reggae e bandas de reggae rock. A
despeito do desempenho de palco, ela e os filhos seguiam no abrigo. A família
e amigos intervieram, e Thames e seus dois filhos se mudaram mais uma vez para
o Mississippi, onde sua sorte finalmente mudou. Assinando com a Dechamp
Records em 2013, ela gravou um álbum de estreia com os produtores Grady
Champion e Carole DeAngelis. O álbum “Teel You What I Know” foi lançado 2014,
aclamado pelos críticos. Suas letras trazem as emoções e a história dessa experiência
de vida e por tudo isso, a música de JJ Thames é um presente para Gravataí no Mês
da Mulher. (Texto de Claudio Oliveira, adaptado da biografia de JJ Thames
escrita por Steve Leggett para www.allmusic.com).
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